quinta-feira, 8 de fevereiro de 2007

Ontem eu falei de esperança e de futuro, dessas coisas que só se fala quando está muito feliz...
Hoje eu tinha escrito um post super feliz, mas não vou postá-lo, agora, estou aqui chorando.
Quem acompanha o jornal Nacional deve ter acabado de ver o que houve no Rio de Janeiro um menino que foi arrastado por 7km num carro que tinha sido assaltado.
Quem faz esse tipo de coisa?
Quem faz?
Eu só posso ter um pingo de fé e pedir a Deus perdão pelos pecados que cometemos, assim, quem sabe, Ele pode nos dá um pouco de paz, porque o mundo está cada vez pior.
Me pergunto em que país minha irmã irá crescer? Que mundo?
Em que país meus filhos irão crescer?
Eu não consigo deixar de me surpreender com tudo isso. Não sei se é porque eu acho que o ser humano é mais que um animal, somos dotados de razão. Nós sentimos pena, amor, repúdio, ódio...Temos fé! E no, entanto, somos capaz de fazer coisas desse tipo.
Quem somos nós? O que mais somos capazes de fazer? Em nome do quê? Era uma criança de 6 anos, vocês conseguem imaginar o quanto sofreu essa criança?
Sete mil metros! Qual foi o seu crime: Cruzar com bandidos? Haver desigualdade? Morar no Rio de Janeiro?
E a família, meu Deus, e essa família?
Deus, tem fé na gente porque eu já não consigo mais... Não consigo deitar a cabeça no travesseiro sabendo que tem gente capaz disso, capaz de fazer zigue-zague no carro para soltar uma criança como se fosse um papel que prega no sapato.
Que ódio é esse?
Me desculpem se estou sendo dramática, me desculpem! Mas quem tem uma criança em casa, quem convive com uma criança, melhor,quem tem um pouco de bom senso, porque humanidade não é adjetivo, não qualifica uma ação nobre, descordo do dicionário!
Vai vê a gente deposita fé na humanidade, nos achamos superiores pela tal razão, e no fundo somos só animais, vendo assim, fé, amor, paz, ódio, pena... É tudo ilusão, somos só animais que acreditam que estão no topo da cadeia alimentar e ai? Para que serve esse topo da cadeia alimentar, essa capacidade de raciocinar, no final, nos igualamos a ratos comendo um ao outro dentro de uma gaiola, antes não pudessemos pensar para não ver o fim eminente.
O que esperar do futuro?
O que esperar de nós? De uma mãe que joga um filho no lixo?
Vou clamar que recriem aquelas rodas dos enjeitados para que haja compaixão (um pingo) em certas atitudes. Que os bandidos sejam mais benevolentes, que nós sejamos mais bondosos, ou como diz o dicionário, humanos.
Que os políticos roubem menos, porque a meu ver eles são tão culpados ou mais dessa trágedia. Só não sujaram a mão com sangue. Mas roubaram o dinheiro da educação, da segurança, da saúde. Roubaram meu pai, a mãe dessa criança, minhas tias, os pais dos meninos seqüestrados...
Mas eu nem clamo por justiça humana para esses monstros. Se humano é um substântivo bonito, só posso descrevê-los como monstros... Então, estou clamando por justiça divina, que Deus tenha piedade de nós, que ele acolha nossas almas, julgue os culpados e absorva os inoscêntes para que nenhuma criança, nenhum ser (dotado ou não de razão) sofra na mão de pessoas assim. Que possamos ter esperança, ou que arranque, logo, toda a fé. Para que não acordemos achando que hoje irá melhorar porque eu sei que enquanto houver, roubo, pobreza, desigualdade, não importa que sejamos ou não dotados de razão, que possamos ou não construir história seremos sempre ratos se devorando dentro de uma gaiola.


Para quem não sabe do que estou ""falando"":
http://noticias.terra.com.br/brasil/interna/0,,OI1400009-EI316,00.html

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