sexta-feira, 6 de abril de 2007

"Você...Acredita em futuro?"
"Futuro?! Como assim: Futuro?", ele silenciou como se estivesse buscando dentro de si uma explicação para o futuro, talvez, dentro dele houvesse mais de um futuro e todos eles precisavam ser apresentados: "Da humanidade?"
"Não esse futuro, não esse tipo de futuro", ela buscou palavras e no final concluiu: "Algo diferente!"
"Outro futuro? Um futuro alternativo?", não esperou que ela respondesse, imendou com uma explicação: "Uma vez vi um gibi do batman, ele velho, com roupas rasgadas, um héroi sem inimigos... Você já pensou nisso? Que o nosso vício é nosso escravo? Depende do nosso desvío, da falha, da fraqueza para existir? A comida, por exemplo, teria valor se não existisse a fome? É como o diamante ele não seria um objeto de luxo, não seria tão caro se não houvesse tanta vaidade o cercando. Engraçado, quando vi esse gibi, batman com roupas coronhas, meias amarelas, velho pançudo e magro... Pensei nisso, que o engrandece o batman são seus inimigos, sua luta, que ele poderia deixar de existir quando ainda há inimigos e esses estariam vivos, fazendo o mal. Mas o Batman, ele é escravo das injustiças, e quando não existir mais injustiças e se... Digo e se, não existissem mais injustiças e o Batman ainda quisesse existir. Lutasse por continuar sendo um Batman numa GotanCity sem vilões? O que seria do Batman? Um héroi raquitíco, sem eira nem beira, em cima de um arranha-céu em busca de um sinal, algo que o desse significado..."
"Não creio. Acho que quando não existissem mais vilões o Batman daria por satisfeito e mandaria emoldurar suas roupas"
"Não sei! Há muita vaidade nesse jogo. As vezes ter uma causa é o que nos leva a existir e sem uma causa o Batman não morresse, ele defindaria. Talvez criasse seus próprios vilões..."
"Viagem!"
"Não sei..."
"Mas, não é desse futuro que falo. Falo de algo menor ou maior, talvez menos filosofico ou mais. Você acredita que as coisas estão escritas? Que não adianta o que você fizesse ou faça algo lhe trouxe aqui?
"Não, acho que minhas atitudes, o que vivi me trouxeram aqui. Tudo que eu vivi e deixei de viver!"
Ela parecia não ter ouvido o que ele falou e continuou explicando: "Desses futuros que passam por trás de suas pálpebras e você pode até tocá-lo, ele está ali", ela fechou os olhos e gesticulou como se pegasse no futuro: "Um trailler que você mal sabe que é real ou não. Minutos de sua vida. Quem sabe do futuro? Passando por trás da suas pálpebras em um segundo. O que você faz? Como evitar dobrar a esquerda e se no sonho o seu evitar é que vai causar?"
"Do que você está falando?"
"Eu vi sua morte. Eu te vi morrer, tão perto que eu tentei evitar e doeu. Doeu você ter morrido, doeu eu ter lhe perdido e doeu a incapacidade. Nem te proteger eu sei!"
"Você me viu morrer?"
"Te vi, como num piscar de olhos, eu fechava e corria para te salvar, quando abria você estava morto!"
"Doia muito?"
"Ninguém quer morrer, até os mais consolados diante da morte pedem para viver. É instintivo"
"Eu implorava pela vida?"
"Com todas as forças."
"E porque você está me contando isso?"
"Para você sobreviver, para em algum momento você se lembrar de minhas palavras e lutar pela vida. Agarrar-se a ela de todas as formas e viver!"
"Se é institiva a luta pela vida, lutarei. No entanto, se o futuro é eminente, não adiantará. E se você estiver lá, será meu fim. Mas prometo uma coisa, não morrerei em teus braços, não deixaria na tua cabeça a última visão do eu morto, fique tranqüíla!"
"Preferia que morresse em meus braços, se não posso evitar, que feche teus olhos, que te dê carinho, paz e tudo mais na última hora... Não quero que morras sozinho, sem conhecido, sem ninguém"
"Então, morrerei em teus braços, prometo. Fecharei meus olhos e você finge que durmo, não chora muito. Não quero levar o peso de tuas lágrimas..."
"Mas se puder lutar, não deixe de lutar. Se quiser chorar, não deixe de chorar..."

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