quarta-feira, 2 de maio de 2007

TEXTO!

Sentados no balcão da maternidade dois bebês conversavam em suas motocas, o mais velho, já com bigode de leite, cabelos curtos e uma camisa onde estava escrito SINGLE IN NY, o outro segurava uma mamadeira no Snoopy e parecia ter em torno de um ano e meio, usava uma roupinha (um pouco ridícula) de marinheiro:
"Você vem sempre aqui?"
"Vou ser sincero, vim só uma vez. Costumo ir ao parquinho e as vezes ao shopping, mas esse tipo de coisa já está entediando, quando se tem dois anos você começa a vê a vida com outros olhos e tudo parece ser um pouco entediante. Comecei a ter uma nova percepção do universo pós-parto. E você?"
"Eu venho sempre. Subo na motoca e quando vejo os pedais me trouxeram para cá, já é automático. Aqui é bom, encontro gatinhas, tomo um leitinho materno e vejo as novas tendencias de nomenclatura infantil"
"Encontrar gatinhas?"
"Sim, todas com esse lacinho, fitinhas e caladas. Ainda passando pela aquela conhecida surpresa pós-parto, se perguntando como é o mundo, recém saídas do útero, há coisa melhor?"
"Não sei, qual seu nome?"
"Fernandinho!"
"Eu me chamo Marcos Henrique. Bem, Fernandinho. As mulheres, hoje em dia, não sabem do que gostam, o que procuram, não conseguem se entender. É tanta informação bombardeando, país, televisão, parquinho, pediatra, modista, fonoaudióloga, psicologa pré 6 meses, que elas mal sabem o que querem. Não sabem se querem agradar a família, os meninos, as meninas ou a si mesmas. Já nós, nós meninos, nascemos homens e entendidos, o que é melhor! Nascemos sabendo o que queremos e onde encontrá-la. Sabemos que esse bombardeio só serve para acrescentar. Nesse barco não ficamos a deriva, Fernandinho. Concorda?"
"Claro! Nascemos como consquistar uma mulher, sempre! Acho que é isso que me trouxe aqui, meus instintos..."
Brindam as meninas, as de olhos verdes e as que já sabem falar:
"Qual seu tipo", o mais novo pergunta.
"Sabe, Marcos, o que me chama atenção nas meninas são as fraldas, tenho esse fetiche. Meninas de fralda", suspira, "Não falo dessas descartáveis, acho falso, me refiro as de algodão. O ar prosáico desse vestimenta, o enfeite no broche, as vezes estampada outras lisas, para mim, fraldas é o que há. Não me importo se seja negra, morena, ruiva ou loira, meninas de fralda me atraem. Nada resiste a tanto tempo sem agradar aos pais e os filhos, né?"
"Concordo, e quando vestida por baixo de uma calcinha bunda-rica é toda sensualidade!"
"Cara, você mal sabe o que sabe sobre sensualidade? Calcinhas bunda-rica?! Calcinha bunda-rica com fralda é quase um enchimento, é tudo falso. E depois?! E no futuro? Você vai gostar de silicone lá?"
"Me desculpe, amigo, mas você e suas fraldas não entendem o que são aqueles babados empinando o bumbum, as cores diversas, o andar... Tudo! Além disso mulheres com esse tipo de calcinha, quase sempre, já sabem usar o penico e nada me deixa mais louco do que uma menina que já sabe se controla seus instintos e, principalmente, o que quer!"

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