sexta-feira, 27 de julho de 2007

A foto sobre o criado me dá a impressão de que por um breve instante voltamos ao passado. Como se atrás desse vidro houvesse uma máquina do tempo e por um instante consigo reviver aquele momento, nossas conversas. Um vago filme de felicidade eterna repetindo-se em minha mente.

“Não faz bico, fica artificial!”

Teu sorriso tímido e minha expressão de felicidade. Sou de capaz olhando essa foto sentir tua mão quente, o cheiro do cigarro, o calor do teu olhar, o barulho das bolas de sinuca, as risadas e as conversas incompreensíveis e mais a louca sensação de que ao seu lado eu era livre, sem necessidade de entender bem e mal, sem precisar aprovar ou ser perfeita, nessa foto sou o que seriamos, éramos como sonhávamos. Dentro dessa foto ainda posso escutar sua respiração, sentir a embriagues da tua presença.

“Está com cara de bêbada!”

Ainda escuto nossa risada. E eu não estava? Bêbada de paixão, de vicio, de desejo...de nós?

“Quer tentar outra? Vai, não rouba a alma!”

Engraçado você falar de alma: E onde é que ela está agora? Sinto como se estivesse presa dentro dessas recordações, sufocada nesse retrato.

Parece que depois dessa foto tudo foi derretendo, você foi sumindo e nosso castelo de lego desmoronando... E de tudo que vivemos só restou a repetição contínua de diálogos que eu já nem sei mais se existiram.

Ah! Se pelo menos não houvesse um passado para comparar, essa foto para provar que foi real, eu poderia fingir que nada aconteceu e achar que sou feliz agora.

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