quarta-feira, 29 de agosto de 2007


"E ele chegou mais perto do que qualquer um poderia chegar. Talvez você não entenda, mas foi muito perto, tão próximo que sua respiração se confundia com a minha, nossos olhos eram um espelho de infinitas imagens. Eu refletida inúmeras vezes naquele olhar, só eu, ele e Deus. Eu sabia que aquilo não acabaria bem, você não faz idéia... É possível se apaixonar toda hora, bata está aberto para tudo!"
"Acho que eu já ouvi esse discurso ontem, não? Eliza, me responda, você acha que realmente é possível se apaixonar todo dia por uma pessoa diferente?"
"Claro que sim, Josh. Basta está aberto. Basta abrir os olhos e vê quem passa..."
"E perdidamente, a primeira vista, você se apaixona hoje, se magoa amanhã e depois de amanhã você está novamente apaixonada?"
"Acho que estou um pouco bêbada e levemente alterada, mas creio que é. Quando ele parou e me perguntou meu nome, pensei em mentir, dizer algo diferente, mas meu coração disse que era ele. E eu tinha que arriscar. Foi algo incrível, em duas horas, eramos amigos de infância, um amor sem midada na palma da minha mão...", e ela mostrou a mão aberta. Talvez algo nele quisesse que aquilo não existisse, como alguém poderia caçar paixões, se entregar a qualquer um a todo momento e não vê um amor sem limite na sua frente. Aquela mão estendida, por breve segundos, ele pensou em agarrar e dizer que aceitava, abrir o coração e esperar que ela entendesse, mas ela não entederia.
Eliza encostou os lábios na garrafa e deixou que vinho descesse na garganta, já estava bêbada o bastante, o cara desse noite não iria ligar e amanhã Eliza voltaria as ruas caçaria paixões e se entregária a outro amor infinito que duraria no máximo quatro horas. Seus amores, algumas piscadelas e pisões.
"Somos parceiros, né? Eu falo e você escuto, sou tudo aquilo que você não é, mas em minhas histórias você vive. Talvez antes de ontem você tenha se apaixonado por uma cobradora e a levado para caminhar no lago, não?"
"Não, antes de ontem, eu fui lhe buscar bêbada num lago chorando por que conheceu um cobrador idiota..."
"A vida curta, Josh. Se eu não ousasse isso, se não me entregasse ao amor todas as vezes que ele me chamasse... Eu não seria Eliza..."
"Seria Josh?"
"Por que não?"
"Porque alguém tem que controlar a Eliza, tem que tirá-la de enrrascadas..."
Ela agarrou-se com o travesseiro e começou a beijá-lo.
"Talvez eu não me metasse em enrrascadas se você não estivesse esperando para me salvar. Pense um pouco, Josh, talvez as minhas enrrascadas, minhas histórias, nossos encontros são as coisas que você mais espera, algo que prove que ainda tem sangue em suas veias... Que há algo quente e latente dentro de você..."
"Há!"
Havia uma paixão sem fim, disposta a suportar ciúme, disposta a fechar os olhos para certos defeitos, uma paixão que enrroscava nos cachos de Eliza no final da noite, que o virava pelo avesso todas as vezes que ele tentava explicar como se sentia. Por que não? Por que não na hora massagem? Por que não na hora da bebedeira a beijasse? Na horas das lágrimas, quando ela se sentisse rejeitada ele a olharia com uma certa cara lavada e diria: "Por que não eu?". Mas se ele estava ali de braços abertos esperando ser engolido e nunca fora, por que seria?
"Você tem que arrumar uma namorada!" e ela levantou-se.
O corpo era magro, alguns sinais no canto interno da cocha, cabelos encaracolado e longos balento já no cotovelo, olhos puxados levemente caídos, no seio num bico fino tão pequeno que mal cabia na mão, caninos curtos, olhos amendoados e sorriso levemente perolado. Era uma mulher de beleza simples, não que fosse humilde, havia um que de mulher que saltara aos olhos de qualquer um, era tamanha sensualidade que ele entedia como estava ao seu lado, as vezes dormirá tão encostada e ele nunca ousou:
"O jantar chegou!", ela abriu a porta fazendo um certo charme para o entregador, ele levantou-se, fingindo ser o marido, noivo ou namorado, passou a mão levemente pelas suas costas como um amante:
"Quanto deu?"
Ela mordeu os lábios e olhou para ele:
"Paga logo!" e entrou.
Já fora de bêbados, de marginais, cobradores, motoristas, já fora de políticos, de garis ainda cheirando a lixo em um beco, já fora de executivos, advogados, médicos, enfermeiros... E nunca perdera dignidade, ainda que com lágrimas nos olhos, falando que aquela seria a última vez, nunca mais seria tão voluvel... Era de sua natureza, assim como um alcoolatra aprenderá com as ruas seus vícios.
"Não sei se quero comer! Me dá um cigarro."
Levou o cigarro aos lábios e o clamou por fogo.
Deus aquilo poderia ser mais figurado, menos literal, mais me dá seu fogo... Pensou, clamou, orou...Desejou!
Mas ela riu, talvez soubesse, lá no fundo ela sabia.
Sabia que do seu desejo e gostava de brincar com ele.
Com o fosforo riscado na mão, ele a olhou através do fogo:
"O que você está pensando?", ela levou o cigarro na boca até o fogo e mal movendo os lábios falará.
Ele pensou em mil mentiras e uma verdade, algo nele estourará, ela riu.
"Estou pensando como você pode ser tão idiota..."
"Sou?", perguntou, suas caras e bocas já eram tão conhecidas dele, no entanto, sempre chamavam sua atenção, aquecia algo dentro dele... Dissimulada ou não ela sabia como chamar sua atenção.
"É!"
"Eu sei... Você vive me dizendo isso, todos vivem me dizendo isso. Mas abrir os olhos, vê o que está diante dos meus olhos é tão simples, não que não valha a pena. Vale! Mas e ai? E depois quando eu me cansar?"
"Como?"
"Eu quase sempre sei o que você quer me dizer, Josh. Você é transparente, sabe? Eu vejo...", ela caminhou até ele encostou os seios no seu tórax e passou a mão nas suas costas: "Eu minha mão aberta nas suas costas, escuto seu coração saindo pela boca e ai? Qual o mistério? Eu sei de tudo antes de você saber, só que não..."
"Por que não?"
"Não é justo com você, meu amigo. Eu sou uma caçadora, lembra? Vou caçar sempre e você é você. Você é meu porto-seguro, é o Josh... Se eu disser sim a essa pergunta e amanhã?"
"Amanhã eu te conquisto de novo..."
"Todos os dias?"
"Até o fim da minha vida!"
"Não!"
"Por que não eu, Eliza? Você..."
"Você nem sabe coordenar seus sentimentos, simplesmente me ama, como?"
"Como? Como quem conhece seus defeitos, como quem sabe cada sinal do seu corpo, como quem apara tuas lágrimas, como quem sabe te esperar como um cachorro todos os dias implorando um minuto de sua atenção..."
"Eu amo você, meu...."
"Se for completar essa frase com "amigo" eu peço que nada diga!"
Ela apagou o cigarro e começou a colocar a calça e saiu.
Ele sentou no sofá e terminou o vinho.
Eliza, pensou...
***
"Geralmente ela liga... A Eliza não passa muitos dias sem o Josh e ele já está aqui há alguns dias..."
"Não sei, dessa vez a coisa pareceu séria, você não viu? Pareceu clipe dos anos 80, Barry Withe cantando e Josh todo molhando chegando. Sei não..."
"Dê mais algumas horas!"
Seus conversavam na sala, depois daquela conversa, ele enfiara algumas roupas na mochila e deixará o apartamento que dividia com Eliza.
***
Eliza chegou em casa algumas horas depois daquela conversa, estava meio bêbada, um dos sapatos na mão, cabelos despenteados e uma cara de quem precisava de ajuda:
"Josh, você não vai acreditar quem eu encontrei na boate... O Carlos, que merda, cara que merda!!! Lá estava ele, todo lindo, cabelos longos, lábios finos e esposa. Nossa aquela fudida cretina... Aquela cretina. Só eu sei fazer aquele homem feliz..." entrou no quarto de Josh e jogou-se na cama: "Josh, me diz que... Josh? Josh?", após procurar em todos o cômodos perceberá que Josh não estava naquele minusculo apartamento, acendeu outro cigarro e ficou na varanda fumando, finalmente gritou: "Por que eu não? Por isso, Josh!"
***
"Afinal, é a Eliza que tem que ligar?"
"Sim! Eles brigaram e se Josh saiu de casa ele que foi o ofendido..."
"Verdade, não o imagino ofendendo ninguém."
"A Martha tem uma filha. Linda! Lindíssima moça, 25 anos, olhos verdes, lábios grossos, cabelos loiras e faz medicina, o que acha?"
"O que acho?"
"Sim, pensei em convidá-las para jantar..."
"O que o Josh vai achar?"
***
Quando Eliza acordou o sol já queimava seu rosto, dormira na varanda.
Procurou um cigarro para curar a ressaca e mais um copo de vinho para acompanhar, detestava vinho pela manhã, lembrou. Foi até a geladeira e abriu a cerveja:
"Loira gelada é assim que gosto delas...", deu uma risada.
Começou a preparar o café-da-manhã pensando no que faria o dia inteiro, tinha reunião as 10, depois almoçaria com uns investidores e a tarde teria aquela velha folga para planejar. A noite poderia convidar umas amigas para uma festinha, seria ótimo não ter homens em casa.
Onde Josh colocara o queijo?
***
Após dois dias, finalmente Josh aparecerá na sala, seus pais faziam plano para seu próximo "relacionamento". Conheceram a filha de Martha alguns dias depois, era moça de ouro, linda e com futuro, dentista!
Ele deu uma risada enquanto os pais planejavam seu casório, filhos e férias de verão. Talvez ligasse para a Eliza mais tarde.
Tinha plantão as 19 horas, então, ligaria para Eliza as 22, ela sempre ficava em casa desenhando nos dias de semana. Com certeza não tinha ido comprar vinho, cerveja, cigarros ou qualquer outra coisa, estaria morta de fome na sala de jantar, quinta a tarde ao mais tardar eles estariam dando risada daquilo tudo. Talvez não o final que ele quiserá, mas ela saber que o seu sentimento existia era um bom início.
dd

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